Assim como a principal categoria do automobilismo mundial, a categoria dos caminhões passou por mudanças significativas em seu regulamento, que eliminaram a possibilidade de apontar favoritos e levam as equipes para a primeira prova do ano em clima de laboratório
Apesar de serem muito diferentes tecnicamente, a Fórmula Truck brasileira e a Fórmula 1 terão um denominador comum neste fim de semana (14 a 16/3), quando começa para ambas a temporada de 2014. Isso porque, pilotos e equipes das duas categorias passarão por experiências semelhantes nas provas que marcam a abertura do próximo campeonato – a F1 corre na Austrália, em Melbourne, enquanto a F-Truck viaja até Caruaru, no estado de Pernambuco.
E são as mudanças implementadas nos regulamentos técnicos das duas categorias que as aproximam neste momento. Enquanto a F-1 passa pela transição dos motores V8 aspirados para os propulsores V6 Turbo com sistemas de recuperação de energia, na F-Truck os times terão de lidar com a retirada obrigatória dos catalisadores de escapamento – sem, no entanto, ter de abrir mão dos índices restritos de emissão de fumaça.
“Ninguém sabe ao certo como vai ser essa etapa. Uma certeza é que os caminhões ficarão mais lentos, de dois a quatro segundos por volta”, avalia Djalma Fogaça, chefe da equipe DF Racing Fans, que abre a temporada com David Muffato e Raijan Mascarello no comando dos caminhões. “Para andar sem catalisador, é preciso injetar menos óleo nos motores e, consequentemente, diminuir a potência deles. Isso vai diminuir significativamente o número de quebras na categoria e, também por isso, fica praticamente impossível apontar um favorito”, explica Fogaça.
A compensação por essa redução de potência virá de outras áreas do caminhão. Na DF Racing Fans, o time trabalha para reduzir o peso dos modelos Ford Cargo usados por seus pilotos. Mas o ponto de equilíbrio entre o limite de potência sem expelir fumaça ainda segue como um segredo a ser desvendado.
“Só durante o fim de semana em Caruaru é que teremos a real percepção de nosso atual estágio de desenvolvimento. Temos um caminhão extremamente confiável, mas agora teremos de trabalhar muito em cima dele para nos manter competitivos”, disse Fogaça, lembrando que sua equipe completou nove das dez etapas disputadas na F-Truck na temporada passada.
“Algumas equipes certamente estarão muito fortes, como é o caso da Volkswagen/MAN. A marca usa realmente a F-Truck como plataforma de marketing e desenvolvimento e, por isso, investe nos caminhões de corrida. Mas apontar quem sai na frente na briga pelo título é impossível. Todo mundo vai melhorar muito ao longo do ano”, finalizou Djalma Fogaça.
Os treinos para a primeira etapa do ano na Fórmula Truck começam na sexta-feira. Assim como na Fórmula 1, sábado será dia de definição do grid de largada e, no domingo, acontece a corrida que abre o campeonato.