Carioca Felipe Piatigorsky, campeão do torneio que teve a presença de pilotos de diversas partes do país, é um dos destaques do KWC Brasil
Um grupo de quarenta pilotos vindos do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo disputou, ainda antes da Copa do Mundo, a segunda seletiva para o Campeonato Mundial de Karts 4 Tempos (KWC), que será realizado na próxima semana no Kartódromo Internacional de Nova Odessa (SP). Correndo não só pela chance de garantir vaga na competição, mas, principalmente, pela oportunidade de disputar o torneio sem custos, os competidores das regiões Sul e Sudeste fizeram no circuito paulista – localizado a 120 km de São Paulo – uma prévia do Mundial.
E deste grupo saíram, também, os nomes dos primeiros favoritos ao título da competição. O torneio terminou com vitória do carioca Felipe Piatigorsky, que faturou a bateria final depois de largar em 14o – esta será a primeira participação do piloto carioca no KWC. Ele admitiu aproveitar o fato da competição ser no Brasil para caprichar na preparação para a estreia e, na seletiva, figurou entre os primeiros colocados em todas as provas.
“Uma série de fatores contribuíram para a vitória obtida no mês passado, porque havia muita gente boa no grid. Mas, quando a conjuntura é favorável, o resultado se concretiza. Na final, por exemplo, eu precisava vencer, o líder não podia chegar entre os 13 primeiros e o vice-líder não poderia passar de 12o. Corri com tranquilidade mesmo sabendo que as chances eram pequenas, e deu tudo certo”, comentou o vencedor.
O favorito à vitória após as provas classificatórias e a semi-final da seletiva de Nova Odessa era o gaúcho Felipe Leite, que chegou como líder à corrida decisiva. Restando apenas um terço de prova, no entanto, a quebra do cabo do acelerador de seu kart o impediu de confirmar a vitória. Leite recebeu a bandeirada final da prova em 14o – uma posição além da necessária para ficar com a vitória -, acelerando com a mão direita diretamente na borboleta do carburador.
“Já tinha disputado algumas seletivas e quase consegui vaga nos outros anos, mas este será o meu primeiro mundial. Nesta seletiva tive um problema com o cabo do acelerador, mas isso é o kart quatro tempos. Sempre alguma coisa pode sair errado e temos que lidar com estas adversidades. Não deu para ser campeão, mas ao menos fiquei entre os primeiros e parto confiante para o Mundial na semana que vem”, comentou o representante de Porto Alegre.
A preparação para o KWC Brasil reuniu alguns dos principais pilotos da geração que se formou nos karts profissionais brasileiros em meados dos anos 2000, entre eles o também carioca Luir Miranda. Bicampeão brasileiro de kart com motores dois tempos, vencedor de corridas na Fórmula Futuro e ex-piloto do Trofeo Linea, ele fará o KWC pela quinta vez.
“Participei da seletiva há algumas semanas apenas para me ambientar com o Kartódromo, porque o traçado que será usado no mundial não é o mesmo do torneio classificatório. O que posso dizer é que estou muito entusiasmado, porque tudo indica que teremos um torneio muito competitivo, talvez o mais competitivo dos últimos anos”, declarou Miranda, que disputou os Mundiais de 2007 (EUA), 2008 (Bélgica), 2009 (Brasil) e 2010 (Alemanha). Na edição norte-americana, ele entrou para a história da competição ao tornar-se o mais jovem vencedor de uma bateria do KWC, aos 13 anos de idade.
A oitava edição do Kart World Championship – que começou a ser disputado na cidade de Phoenix em 2007 -, vai reunir algumas das principais estrelas desta categoria no mundo e terá presença maciça de brasileiros. Esta será a segunda vez que o KWC é disputado no país. A primeira delas foi em 2009, no município de Macaé, no Rio de Janeiro.
“É como fazer primeiro uma experiência em laboratório para uma posterior produção em larga escala”, comentou Poul Hornemann, um dos organizadores do KWC no Brasil. “Outras seletivas como esta foram realizadas pelo país, e estamos todos muito satisfeitos não só com o número de pilotos confirmados no torneio mas, em especial, com o altíssimo nível técnico da competição que teremos no Brasil. Podemos esperar um dos campeonatos mais difíceis dos últimos anos”, acrescentou.