Piloto e jornalista Rodrigo Gini é o único brasileiro no Toni Gardemeister Driving Academy, em Córdoba
Um dia pode, sim, ter mais de 24 horas. Especialmente quando nele há tantas experiências, novidades e aprendizado que vão valer por uma vida, emoções únicas e a sensação de estar ao lado de verdadeiras lendas do esporte. Foi o que o piloto de rali e jornalista Rodrigo Gini pôde constatar como o único brasileiro a participar do Toni Gardemeister Driving Academy, em um dos locais sagrados do rali, Villa Carlos Paz, em Córdoba (Argentina). Ao longo de quase 12 horas de muita teoria e prática no Parque Temático, o complexo usado para a Superprime da etapa argentina do Mundial (WRC), foi possível viver momentos únicos nos bancos da esquerda e da direita dos carros, bem como nos da “sala de aula”
A primeira edição do curso na América do Sul foi uma iniciativa de Julian Cornaglia e Luca Pregliasco (titular da equipe italiana Astra, fundada pelo pai, Mauro, que revelou campeões como Tommi Makinen, Jari-Matti Latvala e o próprio Gardemeister), e reuniu 60 pilotos de Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai e Uruguai, com os mais variados níveis de experiência – o cordobês Luciano Bonomi, por exemplo, comanda um Maxi Rally em seu país e se prepara para disputar o Rali da Catalunha (WRC) com um Ford Fiesta R2.
Independentemente da trajetória de cada um, ou do equipamento usado habitualmente nos ralis (carros de tração dianteira ou 4×4 turbo), não faltaram ensinamentos, dicas, macetes e uma conversa animada entre apaixonados pelo esporte. O time de professores incluía outros craques como Gabriel Pozzo, campeão mundial da categoria N4 em 2001, ou os navegadores Jose Maria Volta (atual diretor-técnico do Campeonato Argentino de Rally) e Rubén García, outro com larga experiência no WRC e em competições internacionais. Com paciência e imensa disponibilidade, eles tiraram dúvidas, apresentaram os métodos que utilizam, analisaram o tipo de levantamento adotado pelos pilotos e acompanharam os alunos na pista, tanto nos Fiat Palio quanto nos Subaru Impreza STI, máquinas com 280cv.
Gardemeister e Pozzo deram um verdadeiro show de pilotagem, mostrando que talento, experiência, treino e muito foco podem tornar fácil a tarefa de acelerar uma máquina no limite. “Os caras são de outro planeta, é impressionante a segurança e a tranquilidade com que andam. O Toni chegou ao cúmulo de fazer a pista praticamente com uma mão só no volante. Com a outra, indicava os momentos em que freava, usava o pé esquerdo para reduzir a velocidade ou fazia valer as leis da Física para entrar nas curvas perdendo o mínimo de tempo, apenas transferindo o peso. De início o Subaru intimida, mas é um carro muito divertido, equilibrado, que transmite confiança e aceita muitos desaforos. Nem mesmo a presença do Pozzo como ‘navegador’ assustou: aliás, o melhor foi parar o carro depois da última volta e ouvir um ‘muito bom, piloto, para um primeiro contato.”
Com o diploma na bagagem, a ordem agora é prosseguir na montagem do Subaru que será o carro do time nas próximas competições. E trabalhar para que todo o ensinamento acumulado no curso em Córdoba dê frutos com evolução e resultados.
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