Com um carro da classe B, brasileiro
surpreendeu com o 4º tempo e deu o recado: veio para brigar pelo
título. Fábrica Dallara ainda não entregou o Fórmula
3 atualizado que Sérgio utilizará em 2006
No linguajar dos adolescentes de hoje,
o paulista Sérgio Jimenez “falou sério” em
sua primeira experiência diante das principais equipes do Campeonato
Espanhol de Fórmula 3, que realizou nesta segunda-feira, no circuito
de Albacete, o primeiro treino coletivo – embora ainda não
oficial – da categoria em 2006. Utilizando um chassi da classe
B (modelo do ano 2000) Jimenez voou baixo ao ser o mais rápido
da equipe Racing Engineering, cujos outros pilotos já contam
com a versão 2006 do bólido. Além disso, Jimenez
foi o quarto mais rápido do dia, ficando a apenas 0s4 do melhor
tempo obtido pelo espanhol Marco Barba (1min22s124).
Como os carros da classe B são
de 0s5 a 1 segundo mais lentos que os da classe principal, ficou evidente
que Jimenez – um superkartista brasileiro de 21 anos – foi
à Espanha com a intenção de se candidatar ao título.
“Eu e meu engenheiro nos concentramos no desenvolvimento do acerto
dos amortecedores, já que a suspensão do classe A e do
classe B são iguais. Acho que fizemos um bom trabalho”,
comentou Jimenez. “Estamos ansiosos por ter o carro novo nas mãos,
o que só deve acontecer para os treinos de Jarama, nos dias 27
e 28 de fevereiro”. Jimenez conquistou uma vaga na equipe Racing
Engineering após ser o mais rápido em uma seletiva patrocinada
pela Repsol, multinacional espanhola da área de combustíveis.
O treino de hoje foi especialmente representativo
pelo fato de as três grandes equipes da categoria (Racing Engineering,
Campos Racing e GTA) estarem na pista com sua esquadra completa: “Foi
bom para ver como andam os nossos principais rivais”, comentou
Sérgio Jimenez. “Embora tenhamos deixado uma boa impressão,
eu e meu engenheiro – o catalão Segi Borrull – sabemos
que treino é treino, e corrida é uma coisa completamente
diferente. Eu ainda preciso aprender muito sobre o carro e os traçados.
E o Sergi ainda tem que entender meu estilo de pilotagem e minha maneira
de passar as informações. Outros pilotos e engenheiros
já se conhecem muito melhor”.
O treino também foi importante
pelo fato de o brasileiro ter sido o mais rápido entre os pilotos
de sua equipe – entre eles, o francês Nicolas Prost, filho
do tetracampeão mundial francês. Todos eles já utilizavam
a versão 2006 do chassi Dallara: “O valor disso é
grande, pois a equipe pode começar a acreditar em mim como alguém
em quem apostar para fazer algo de relevante na temporada”, diz
Jimenez. “No automobilismo, há uma regra: o maior rival
de um piloto é sempre aquele que usa o mesmo box que ele –
ou seja, seu companheiro de equipe. Afinal, ele usa os mesmos recursos
e equipamentos que você. Então, se você tem alguma
pretensão séria, é melhor começar tendo
a supremacia dentro da equipe como um objetivo vital. Senão,
vai perder dentro de sua própria casa.”
Jimenez passou perto de fazer o melhor
tempo do dia: quando colocou pneus novos, faltavam cinco minutos para
o encerramento da prática e houve tempo para apenas três
voltas – no frio de Albacete, os pneus atingiam seu máximo
desempenho da quarta volta em diante. “Isso não importa”,
diz Jimenez. “O que é realmente relevante é que
nós fizemos nossa lição de casa: saímos
de Albacete com um bom acerto de suspensão. Sermos os primeiros
aqui não era a nossa prioridade. Queremos, sim, é nos
preparar bem. Isso é o que traz resultados.”
A equipe Racing Engineering volta à
pista na próxima quinta-feira, no circuito português do
Estoril, para mais treinos de preparação. Depois, nos
dias 27 e 28, o time espanhol estará em Jarama, onde o brasileiro
Jimenez experimentará pela primeira vez seu Dallara/Toyota na
especificação 2006.
Rodolpho Siqueira e
Caio Moraes
Press Consultoria
Fones: (11) 3815 9080 e 8339 8538
