Quando a prefeitura de São Paulo, durante a gestão do Brigadeiro Faria Lima, inaugurou o kartódromo em Interlagos, o esporte tornou-se a coqueluche da cidade. Vários jovens aderiram ao kartismo na ocasião, juntando-se aos famosos da época como os irmãos Fittipaldi, Maneco Cambacau, Carol Figueiredo, irmãos Giaffone, irmãos Viscardi, Walter Travaglini e Tite Catapani, só para citar alguns.
Os novos kartistas se reuniam em pequenos grupos para amenizar custos e aumentar o prazer da convivência entre amigos, antes, durante e depois das provas. Entre as várias equipes assim formadas como a Araçá, a Bule, a Recurso, só para citar alguns, surgiu a equipe “Cartola” que tinha como um de seus integrantes o então jovem Élcio de São Thiago.
Depois de umas poucas tentativas o Élcio desistiu da pilotagem (será que reconheceu que era “braço duro”?) e começou sua carreira de dirigente. Começou coordenando a equipe do Automóvel Clube do Estado de São Paulo. Posteriormente tornou-se dirigente do ACESP, encarregado das competições do Clube.
Após pouco tempo de “aprendizado” uniu-se à José Aloísio Cardoso Bastos (o mais antigo organizador de corridas em São Paulo) e a Paulo Enéas Scaglione (também como ele, na ocasião, um novato no assunto). Dessa parceria surgiu o profissionalismo na organização de corridas em São Paulo, que perdura até nossos dias.
Os atuais participantes do esporte motorizado de São Paulo, não conheceram o que foi trabalho desse grupo no desenvolvimento do kartismo no interior de São Paulo com a “Copa Lenine Severino”, mostrando às autoridades locais que um evento profissionalmente organizado era seguro e dava à população local um grande espetáculo.
O assunto é tão envolvente e gostoso de recordar, que desviamos do nosso objetivo principal que era falar do Élcio. Mas falar do automobilismo contemporâneo é falar dele, é lembrar desse homem culto e inteligente que o automobilismo tão bem conhece e respeita.