Geraldo e Christian mantêm trabalho em conjunto pela ABF/Mercedes-Benz na segunda etapa do Campeonato Brasileiro
A Fórmula Truck volta ao Rio de Janeiro para a terceira edição de sua etapa no Autódromo Internacional Nelson Piquet. O circuito de Jacarepaguá, que em 2007 teve sua extensão reduzida de 4.933 a 3.000 metros, incorporou na segunda metade da década de 90 o Circuito Oval Emerson Fittipaldi, sede de cinco eventos da hoje extinta Fórmula Mundial, categoria gerida pela Cart e que, no Brasil, chegou a rivalizar em prestígio com a Fórmula 1.
Os dois sobrenomes, inclusive, compõem o GP Bridgestone-Bandag. O caminhão número 3 da ABF/Mercedes-Benz terá Christian Fittipaldi como piloto na corrida deste domingo (1º). O piloto paulista estreou na categoria na prova que abriu a temporada, em 4 de março no Velopark. Largou em quinto, chegou a figurar em segundo e, com perda de rendimento, caiu novamente para quinto, posição em que se manteve até abandonar na penúltima volta.
Fittipaldi, tal qual ocorreu no Velopark, participa da corrida do Rio como substituto de Geraldo Piquet, que cumpre afastamento de duas etapas imposto pela Confederação Brasileira de Automobilismo. A punição não afastou o filho de Nelson Piquet da categoria. Pelo contrário, ele atuou durante treinos e prova no Rio Grande do Sul como consultor de Fittipaldi, função que exercerá mais uma vez durante a programação em Jacarepaguá.
Piquet, que compete na Fórmula Truck desde 2003, aplaudiu o trabalho de Fittipaldi no Velopark. “Dos pilotos que vieram de outras categorias para a Truck, ele foi o que teve adaptação mais rápida. Deu para ver que o caminhão novo é muito bom e o Christian fez um trabalho excepcional. Fiquei feliz com o desempenho dele, se não fosse um problema técnico no finalzinho ele já iria para o pódio na primeira corrida”, frisou.
A atuação de Geraldo é apontada por Christian como fator determinante para o desempenho que considerou satisfatório em sua estreia na Truck. “Fico muito contente por tê-lo ao meu lado, sem dúvida ele teve uma importância muito grande na primeira etapa, me ajudando pelo rádio, acelerando esse meu processo na pilotagem do caminhão. Qualquer dúvida que eu tinha, eu parava no box e perguntava para ele. Isso me facilitou bastante a vida”, disse.
A volta de Piquet ao grid está confirmada para a terceira corrida do ano, dia 6 de maio em Caruaru. “O que aconteceu foi isso, um piloto substituindo o companheiro suspenso. Recebi o convite para substituí-lo e, como já prometi, espero devolver o ‘brinquedo’ dele exatamente do jeito que ele me emprestou”, brincou Fittipaldi. “No Rio vamos repetir a ‘dupla’, é bom poder contribuir com a equipe, mesmo estando do lado de fora”, acrescentou Piquet.
Geraldo Piquet venceu a etapa carioca em 2011. “Nós vencemos porque foi uma prova de resistência, e o nosso caminhão estava muito resistente. Não era o caminhão mais rápido, nem de longe, mas a gente resistiu na corrida, que foi bem dura para todo mundo, eu estava no lugar certo na hora certa”, lembra. O brasiliense comemorou a vitória e a dobradinha da ABF/Mercedes-Benz, já que o paranaense Wellington Cirino, seu parceiro, foi o segundo.
O trabalho conjunto de Geraldo e Christian na ABF/Mercedes-Benz dá sequência à extensa lista de eventos marcados pela junção dos sobrenomes famosos. O mais marcante foi o GP do Oeste dos Estados Unidos de 1980, em Long Beach, onde Nelson Piquet obteve a primeira de suas 23 vitórias na F-1 e Emerson Fittipaldi, terceiro colocado, conquistou o último de seus 35 pódios, depois de ter largado da 24ª posição.
Os dois voltariam a dividir a pista de corridas em 1993, nas 500 Milhas de Indianápolis. Fittipaldi conquistou sua segunda vitória na prova; Piquet, com problemas no motor, foi o segundo piloto a abandoná-la. Os dois sobrenomes estiveram unidos em várias outras ocasiões, como nas 500 Milhas de Kart da Granja Viana de 2010, quando Christian e Nelsinho, inscritos pela equipe Pit Stop-Fittipaldi, foram vice-campeões.