Mil Milhas BR: vitória de Guerra, Vichiese e Turvey

Mil Milhas BR: vitória de Guerra, Vichiese e Turvey

Ginetta G55 e Mercedes AMG GT4 foram protagonistas em Interlagos

Após uma batalha que durou nove das 11 horas de competição o Ginetta G55 de Esio Vichiese, Renan Guerra e Stuart Turvey (foto de abertura/Cláudio Kolodziej) foi o carro vencedor da primeira edição das Mil Milhas do Brasil, prova disputada no fim de semana no autódromo de Interlagos. Em segundo lugar ficou o Mercedes AMG GT4 de Flávio Abrunhoza, Leandro Ferrari, Marcelo Brisac e Renato Braga, que ocupou a liderança da prova em várias das 360 voltas do percurso. Uma parada para reparar o sistema de freios definiu o resultado em favor do carro inglês projetado pelo brasileiro Marcos Lameirão, filho do veterano piloto Francisco Lameirão. 

O Ginetta G55 projetado por Marcos Lameirão venceu a Mil Milhas do Brasil (Fotos de Cláudio Kolodziej)

Ao contrário do que muitos esperavam a competição mostrou bons duelos desde a largada, quando o carro vencedor disputou a liderança com o protótipo MCR Tubarão de Mauro Kern, Paulo Sousa e Tiel de Andrade. A queda de pressão de óleo no motor do biposto construído no Rio Grande do Sul interrompeu a participação da equipe ao forçar o abandono na primeira hora da corrida.  A partir daí, Vichiese, Guerra e Turvey entraram em duelo particular com Abrunhoza, Ferrari, Brisac e Braga, os pilotos da Mercedes. Os dois carros se revezaram na liderança, mas o Ginetta se sobressaiu, mesmo sofrendo um princípio de incêndio na parada nos boxes na nona volta, o que levou seus pilotos a manter um ritmo forte durante toda a prova, como explica Renan Guerra:

“Com nove horas de prova nós estávamos na mesma volta e trocando posições. Pena que eles tiveram problemas nos freios. Nossa pastilha terminou a corrida bem no limite. Foi uma prova de fogo, pois em nenhum momento nós tivemos condições de poupar e levar o carro para casa. A gente teve que forçar o equipamento para conseguir o resultado.” 

O Mercedes AMG GT4 liderou várias voltas. Problemas nos freios definiram resultado.

A participação do cupê alemão serviu para marcar a reestruturação da equipe de Flávio Abrunhoza, que encarou sua participação como parte do programa de preparação para disputar o Campeonato Brasileiro de Endurance:

“No ano passado o Mercedes nos deu muito trabalho, o carro apresentou problemas de desenvolvimento e quebramos em oito etapas. Na última etapa do Endurance Brasil, a gente conseguiu colocar o carro em ordem, mas tivemos problemas de freio. Neste fim de semana estreamos nossa equipe e ficar em segundo lugar nas 1000 Milhas do Brasil é promissor.”

Protótipo MRX de Cardoso/Cardoso/Simon/Simon ficou em terceiro lugar.

Outro quarteto, aquele formado por Gustavo Simon, Rafael Simon, Rafael Cardoso e Sérgio Cardoso, dividiu a condução de um protótipo MRX-Honda e graças à persistência conseguiu terminar em terceiro lugar, apesar de ter enfrentado ”problemas com os freios e, depois, a parte elétrica. A cada pit stop, trocávamos também a bateria do carro”, como explicou Rafael Cardoso, filho de Sérgio. 

Troca da caixa de câmbio garantiu o quarto lugar do Spyder VW de Vilela/Cardoso/Soares.

Outro protótipo brasileiro, o Spyder-VW de José Vilella, Pipa Cardoso e Tinoco Soares, ficou em quarto lugar apesar de uma longa parada no box para trocar a caixa de câmbio.  Procedimento semelhante teve a equipe do Omega pilotado por Ciro Paciello, Álvaro Vilhena e Evandro Camargo, quinto colocado.

Omega de Paciello/Vilhena/Camargo teve transmissão reconstruída durante a prova.

Mesmo sendo o carro da categoria mais lenta entre as que compuseram o grid da 1000 Milhas do Brasil, consolidou-se em terceiro lugar durante a madrugada até ter problemas que culminaram com a troca do diferencial, já nas primeiras horas da manhã. O Omega ficou novamente em condições de andar, mas a equipe não teve possibilidade de fazer ajustes mais finos. “O carro ficou quase inguiável”, resumia Paciello. “Voltamos para o box e saímos apenas para receber a bandeirada”, completou.

O único acidente da 1000 Milhas do Brasil aconteceu de madrugada, com cerca de uma hora e meia de prova. O Astra V8 de Ricardo Rodrigues, Marcos Cassoli, Walter Barajas e Ricardo Domenech bateu de leve, mas a pancada foi suficiente para causar a quebra de uma roda e impedir o carro de continuar na prova.

Confira o resultado final da 1000 Milhas do Brasil:

1º) Esio Vichiese/Renan Guerra/Stuart Turvey, Ginetta G55, 360 voltas em 11h1’00”312
2º) Leandro Ferrari/Flávio Abrunhoza/Marcelo Brisac/Renato Braga, Mercedes AMG GT4, a 5 voltas
3º) Gustavo Simon/Rafael Simon/Rafael Cardoso/Sérgio Cardoso, MRX, a 51 voltas
4º) José Vilela/Pipa Cardoso/Tinoco Soares, Spyder, a 107 voltas
5º) Ciro Paciello/Álvaro Vilhena/Evandro Camargo, GM Omega, a 125 voltas
6º) Marcelo Servidone, Luiz Finotti, Jorge Machado, Tubarão, a 168 voltas
7º) Ney Faustini/Ney de Sá/Marcos Philippi, GM Cobalt, a 183 voltas
8º) Sérgio Martinez/Eduardo Pimenta/Luiz Oliveira, Spyder, a 247 voltas
9º) Ricardo Rodrigues/Marcos Cassoli/Valter Barajas, GM Astra, a 325 voltas
10) Carlos Antunes/Yuri Antunes/Lucas Marotta/Mauro Auricchio, MRX, a 332 voltas
11) Edras Soares/Juarez Soares/Leandro de Almeida, GM Vectra, a 336 voltas
12) Mauro Kern/Paulo Sousa/Tiel de Andrade, MCR Tubarão, a 337 voltas